Mulheres, VISTAM-SE também!
Já falamos, nos últimos dois
posts, dos preservativos masculinos. Vimos que são meios comprovadamente eficazes
de contracepção e de prevenção de DSTs. Nesse post falaremos sobre outra opção
e suas peculiaridades: o preservativo feminino.
Fonte: Portal Vivendo a Adolescência.
Cabe salientar que, historicamente,
as medidas de contracepção centraram-se no corpo a mulher, que se sujeitava aos
mais diversos métodos, mesmo colocando sua saúde em risco. Sendo a camisinha um
método de dupla função (contraceptiva e de prevenção de DSTs/AIDS), deve-se também ter em vista as relações
assimétricas de gênero e de nível socioeconômico que se estabelecem em cada
sociedade, pois interferem diretamente na capacidade e possibilidade da mulher
negociar com o parceiro o uso do método escolhido.
Popularmente chamada de camisinha
feminina, teve seu protótipo desenvolvido em meados dos anos 1980. Sob a
corrdenação de Lasse Hessel, equipe dinamarquesa acreditava que, por ser uma
método cuja colocação fica sob controle das mulheres, eliminaria ou, pelo
menos, facilitaria a negociação com os parceiros. Em 1993 teve sua
comercialização liberada nos Estados Unidos pela Food and Drug Administration (FDA). No Brasil, obteve licença para ser
comercializado em dezembro de 1997. Após estudo realizado em seis cidades do país entre
2.382 mulheres, a viabilidade da adoção do preservativo feminino pelos
participanteslevou à decisão de sua dispensação o Programa Nacional de
DST/Aids.
E como é a camisinha feminina?
Pode
ser feita de borracha nitrílica ou poliuretano. E mais resistente e menos
espessa que a versão masculina. Também é inodora e hipoalergênica. Tem também
como vantagem o fato de poder ser utilizada durante a menstruação; cobrir uma
área maior, protegendo ainda mais a mulher; e a possibilidade de ser
introduzida até oito horas antes da relação sexual.
Fonte: World Health Organization/David Alexander/Photoshare.
Quanto
ao tamanho, é maior que o da camisinha masculina, tendo 15 centímetros de
comprimento e 8 de diâmetro. Tem formato cilíndrico, com anéis flexíveis nas
extremidades. Uma delas é fechada, e deve ser introduzida na vagina, próxima ao
colo do útero. A outra fica fora da vagina, e oferece cobertura também para os
grandes lábios. Em geral, é muito lubrificada, não fornece desconforto - desde
que seja manuseada corretamente.
Como colocar a camisinha feminina
Fonte: youtube.com
A dificuldade inicial para colocação
da camisinha feminina, sua não aderência à genitália feminina (diferente da
masculina, que adere ao pênis), sua aparência estética e seu preço (em torno de
R$ 8,00) figuram entre as principais desvantagens relatadas.
A produção de preservativos
femininos é regulamentada pela International Organization for Standardization (ISO),
pelo padrão ISO/DIS 25841.2 Preservativos Femininos – Requerimentos e métodos
de testes.
Poliuretano já sabemos o que, mas e borracha nitrílica?
Borracha nitrílica (NBR),
buna N ou borracha de butadieno acrilonitrilo é um polímero composto de
butadieno e acrilonitrilo (ACN). Devido à sua elevada polaridade, tem excelente
resistência a óleo e solventes(que depende exclusivamente do teor de ACN, baixa
permeabilidade a gases, resistência à abrasão e degradação em temperaturas
muito elevadas.
Estrutura do Butadieno.
Fonte: Wikimedia Commons.
Estrutura do acrilonitrilo.
Fonte: Wikimedia Commons.
Reação de polimerização do butadieno e do acrilonitrilo.
Fonte: Portal Rubberpedia.
As características físico-químicas e mecânicas
desse elastômero dependem dos produtos usados na sua formulação. como agentes
de vulcanização, sistemas de proteção (antioxidantes), agentes de processamento
e cargas reforçantes, bem como do seu processamento. A vulcanização da borracha
nitrílica é realizada por meio dos mesmos sistemas usados para vulcanizar as demais
borrachas diênicas.
Por hoje é só. Aguardem mais uma postagem sobre a bioquímica na prevenção de DSTs/AIDS na próxima semana!
REFERÊNCIAS
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