segunda-feira, 27 de abril de 2015

Preservativo feminino: outro mecanismo de barreira

Mulheres, VISTAM-SE também!


Já falamos, nos últimos dois posts, dos preservativos masculinos.  Vimos que são meios comprovadamente eficazes de contracepção e de prevenção de DSTs. Nesse post falaremos sobre outra opção e suas peculiaridades: o preservativo feminino.

Fonte: Portal Vivendo a Adolescência.

Cabe salientar que, historicamente, as medidas de contracepção centraram-se no corpo a mulher, que se sujeitava aos mais diversos métodos, mesmo colocando sua saúde em risco. Sendo a camisinha um método de dupla função (contraceptiva e de prevenção de DSTs/AIDS), deve-se também ter em vista as relações assimétricas de gênero e de nível socioeconômico que se estabelecem em cada sociedade, pois interferem diretamente na capacidade e possibilidade da mulher negociar com o parceiro o uso do método escolhido.

Popularmente chamada de camisinha feminina, teve seu protótipo desenvolvido em meados dos anos 1980. Sob a corrdenação de Lasse Hessel, equipe dinamarquesa acreditava que, por ser uma método cuja colocação fica sob controle das mulheres, eliminaria ou, pelo menos, facilitaria a negociação com os parceiros. Em 1993 teve sua comercialização liberada nos Estados Unidos pela Food and Drug Administration (FDA). No Brasil, obteve licença para ser comercializado em dezembro de 1997. Após  estudo realizado em seis cidades do país entre 2.382 mulheres, a viabilidade da adoção do preservativo feminino pelos participanteslevou à decisão de sua dispensação o Programa Nacional de DST/Aids.

E como é a camisinha feminina?


Pode ser feita de borracha nitrílica ou poliuretano. E mais resistente e menos espessa que a versão masculina. Também é inodora e hipoalergênica. Tem também como vantagem o fato de poder ser utilizada durante a menstruação; cobrir uma área maior, protegendo ainda mais a mulher; e a possibilidade de ser introduzida até oito horas antes da relação sexual.

Fonte: World Health Organization/David Alexander/Photoshare.

Quanto ao tamanho, é maior que o da camisinha masculina, tendo 15 centímetros de comprimento e 8 de diâmetro. Tem formato cilíndrico, com anéis flexíveis nas extremidades. Uma delas é fechada, e deve ser introduzida na vagina, próxima ao colo do útero. A outra fica fora da vagina, e oferece cobertura também para os grandes lábios. Em geral, é muito lubrificada, não fornece desconforto - desde que seja manuseada corretamente.

Como colocar a camisinha feminina
Fonte: youtube.com

A dificuldade inicial para colocação da camisinha feminina, sua não aderência à genitália feminina (diferente da masculina, que adere ao pênis), sua aparência estética e seu preço (em torno de R$ 8,00) figuram entre as principais desvantagens relatadas.

A produção de preservativos femininos é regulamentada pela International Organization for Standardization (ISO), pelo padrão ISO/DIS 25841.2 Preservativos Femininos – Requerimentos e métodos de testes.

Poliuretano já sabemos o que, mas e borracha nitrílica?


Borracha nitrílica (NBR), buna N ou borracha de butadieno acrilonitrilo é um polímero composto de butadieno e acrilonitrilo (ACN). Devido à sua elevada polaridade, tem excelente resistência a óleo e solventes(que depende exclusivamente do teor de ACN, baixa permeabilidade a gases, resistência à abrasão e degradação em temperaturas muito elevadas.

Estrutura do Butadieno.
 Fonte: Wikimedia Commons.

Estrutura do acrilonitrilo.
Fonte: Wikimedia Commons.

Reação de polimerização do butadieno e do acrilonitrilo.
Fonte: Portal Rubberpedia.

As características físico-químicas e mecânicas desse elastômero dependem dos produtos usados na sua formulação. como agentes de vulcanização, sistemas de proteção (antioxidantes), agentes de processamento e cargas reforçantes, bem como do seu processamento. A vulcanização da borracha nitrílica é realizada por meio dos mesmos sistemas usados para vulcanizar as demais borrachas diênicas. 

Por hoje é só. Aguardem mais uma postagem sobre a bioquímica na prevenção de DSTs/AIDS na próxima semana!

REFERÊNCIAS


ARAGUAIA, Mariana. Portal Brasil Escola. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/biologia/camisinha-feminina.htm>. Acessado em 26/04/2015.
BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais [sítio eletrônico]. Disponível em: <http://www.aids.gov.br/pagina/camisinha-feminina>. Acessado em 26/04/2015.

International Organization for Standardization (ISO). Sítio eletrônico. Disponivel em: <http://www.iso.org/iso/home.html>. Acessado em 26/04/2015.
KALCKMANN, Suzana. Preservativo feminino e dupla proteção: desafios para os serviços especializados de atenção às DSTs e Aids. Temas psicol.,  Ribeirão Preto ,  v. 21, n. 3, dez.  2013 .   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X2013000300020&lng=pt&nrm=iso>. Acessado em  26/04/2015. 

MATOS, Margarida Santos; FURTADO, Paulo. Qual a diferença entre a camisinha masculina e a feminina?. Portal iSaúdeBahia. Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Disponível em: <http://www.isaudebahia.com.br/noticias/detalhe/noticia/qual-a-diferenca-entre-a-camisinha-masculina-e-a-camisinha-feminina/>. Acessado em 26/04/2015.

Meyer, A. L.; SOUZA, Gabriel P. de; OLIVEIRA, Suely M. de; TOMCZAK, Fábio; WASILKOSKI, Cleuza; e PINTO, Carlos Eduardo da S. Propriedades termo-mecânicas de NBR após ensaio de compatibilidade - ASTM D 3455. Polímeros: Ciência e Tecnologia, vol. 16, n° 3, p. 230-234, 2006. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/po/v16n3/09.pdf >. Acessado em 26/04/2015.

OLIVEIRA, Iara T. D. de et al . Efeito de um novo acelerador de vulcanização nas propriedades reométricas de composições de borracha nitrílica com diferentes teores de AN. Polímeros,  São Carlos ,  v. 20, n. 5, p. 366-370,   2010 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-14282010000500008&lng=en&nrm=iso>. Acessado em  26/042015.

Portal Vivendo a Adolescência. Disponível em: <http://www.adolescencia.org.br/site-pt-br/camisinha-feminina> Acessado em 26/04/2015.

Portal Rubberpedia [sítio eletrônico]. Disponível em: <http://www.rubberpedia.com/borrachas/borracha-nitrilica.php>. Acessado em 26/04/2015.

PREUSSLER, Gisele Maria Inchauspe; MICHELETTI, Vania Celina Dezoti; PEDRO, Eva Neri Rubim. Preservativo feminino: uma possibilidade de autonomia para as mulheres HIV positivas. Rev. bras. enferm.,  Brasília ,  v. 56, n. 6, p. 699-701, Dec.  2003 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672003000600023&lng=en&nrm=iso>. Acessado em  26/04/2015. 

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Portal eletrônico. Tópicos em Saúde: Saúde Sexual e Reprodutiva - Preservativo Feminino [sítio eletrônico]. Disponível em: <http://www.who.int/reproductivehealth/topics/rtis/female_condom/en/>. Acessado em 26/04/2015.




quarta-feira, 22 de abril de 2015

Preservativos à base de poliuretano : uma alternativa ao látex

Alergia ao látex não é desculpa!



De acordo com o médico alergista e presidente da Sociedade Brasileira de Alergia e Imunologia de Mato Grosso, Celso Taques, ainda que rara, a alergia ao látex da camisinha não é uma descoberta recente. "A reação alérgica ao látex foi observada com a explosão do vírus da AIDS ao redor do mundo. Percebeu-se que, luvas, cateteres, entre outros artigos usados na medicina desencadeavam uma hipersensibilidade nas pessoas".

Segundo o alergista, o desconhecimento da população e de alguns médicos de que objetos a base de látex podem causar sensibilidade faz com que muitas pessoas não sigam o tratamento adequado ou mesmo não descubram que são alérgicas. "As pessoas se queixam com os médicos de dores, vermelhidão e coceira, e pensam se tratar de outras doenças ou DSTs, mas não imaginam que podem ser alérgicas!", explica.

Mas por que algumas pessoas têm alergia ao látex? Taques diz que existe uma proteína contida na seringueira que é transferida ao látex e, posteriormente, à borracha do preservativo. E pessoas que possuem predisposição genética a ter alergia ao látex ou a outras substâncias possuem maior probabilidade de desenvolver uma sensibilidade exagerada durante o uso da camisinha.




E qual a solução?



Não usar o preservativo por possuir alergia não é uma opção viável. No entanto, ter que se submeter a todo o desconforto e sofrimento que a alergia provoca também não. Pensando nisso, foram desenvolvidos preservativos utilizando outros materiais. Entre eles, o mais popular é o poliuretano (PU).

Além de não desencadearem reações alérgicas, os preservativos de poliuretano possuem outras vantagens em relação aos de látex.  Eles têm uma vida mais longa após serem colocados para a venda. Também podem ser usados com lubrificantes à base de óleos (que danificariam os preservativos de látex). Outra característica é que ele é duas vezes mais forte que o látex, de modo que pode ser muito mais fino, transparente e levemente maior.
 
Uma fábrica em Cambridge, na Inglaterra, lançou um preservativo feito de PU, chamado de Avanti, que logo se tornou um sucesso. Os testes mostraram que a maioria dos usuários (80%) prefere esse tipo de preservativo, principalmente devido ao aumento da sensibilidade.

Mas nem tudo são flores...



Embora existam diversas vantagens sobre o látex, o poliuretano também apresenta certos problemas. Por ser menos elástico, o PU apresenta cerca de duas vezes mais chances de romper ou sair do pênis durante a relação sexual quando comparadas às de látex. Entretanto, as chances de falha quando utilizadas corretamente são suficientemente baixas para serem consideradas seguras.

Os preservativos de PU também costumam a ser bem mais caros que os de látex, tendo seu preço médio variando em torno de R$ 2,20 a R$ 7,53 cada unidade.


Mas o que é o poliuretano?



Poliuretano (denominado pela sigla PU) é um polímero que compreende uma cadeia de unidades orgânicas unidas por ligações de uretânicas, ou de carbamato. 

A criação dos poliuretanos é atribuída ao químico industrial alemão Otto Bayer (1902–1982), que descobriu a reação de poliadição de isocianatos e polióis. O produto foi inicialmente desenvolvido como um substituto da borracha, no início da Segunda Guerra Mundial.
A polimerização dos uretanos ocorre quando se reage uma substância – com dois ou mais isocianatos – com um álcool polifuncional, ou seja, um poliol. As substâncias mais comuns utilizadas na síntese do PU são o diisocianato de parafenileno e o etilenoglicol, como visto na figura abaixo:



A ligação uretânica (vista em destaque abaixo) é muito forte, e é o que dá resistência a esse polímero.



São usados ainda catalisadores apropriados e surfactantes são utilizados com o objetivo de controlar a velocidade da reação de polimerização e o tamanho das células.


Outras aplicações do poliuretano



Esse composto tão versátil é usado na produção de vernizes, colas, pneus, colchões, calçados, além da produção de preservativos, foco nessa postagem.



E por enquanto é só. Até semana que vem, com mais uma postagem!


REFERÊNCIAS

Cangemi, José Marcelo; Santos, Antônia Marli dos; Claro Neto, Salvador. Poliuretano: De Travesseiros a Preservativos, um Polímero Versátil. Revista Química Nova na Escola. Vol. 31. Nº 3. Agosto de 2009. Sociedade Brasileira de Química. Disponível em: < http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc31_3/02-QS-3608.pdf>. Acessado em 22/04/2015.

Festin, M. R. Non-latex versus latex male condoms for contraception (last revised: 1 April 2013). The WHO Reproductive Health Library; Geneva: World Health Organization. Disponível em < http://apps.who.int/rhl/fertility/contraception/cd003550_festinm_com/en/>. Acessado em 22/04/2015.

Gallo, M. F.; Grimes, D.A.; Lopez, L.M.; Schulz, K. F. Non-latex versus latex male condoms for contraception. Cochrane Database Syst Rev. 2006 Jan 25;(1):CD003550.  Disponível em <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/16437459>. Acessado em 22/04/2015.

Explicatorium. Disponível em <http://www.explicatorium.com/quimica/Polimero_Poliuretano.php> Acessado em 22/04/2015

Gazeta Digital. Disponível em <http://www.gazetadigital.com.br/conteudo/show/secao/13/materia/179129> Acessado em 22/04/2015

Alunos Online. Química. Disponível em<http://www.alunosonline.com.br/quimica/preservativos-feitos-poliuretano.html> Acessado em 22/04/2015

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segunda-feira, 13 de abril de 2015

Do látex aos preservativos : prevenindo DSTs por barreiras mecânicas

VISTA-SE! - PRESERVATIVO MASCULINO


Considerado hoje o mais seguro método para prevenção de DSTs, o preservativo masculino (popularmente conhecido como camisinha) é também um método contraceptivo. Os preservativos são, inclusive, os únicos métodos a possuírem as duas ações. É um mecanismo de barreira - insto é, que impedem fisicamente a passagem dos espermatozoides. Por esse mesmo princípio, a camisinha impede também a passagem dos agentes patógenos entre as mucosas durante a relação sexual.

A camisinha pode ser fabricada de diversos materiais, sendo o principal o látex. Entretanto, pode ser feita também de poliuretano e, no caso da feminina, de nitrilo. O látex é a substância mais comum, e além de ser mais barato, apresenta uma série de características que o tornam interessante para a fabricação dos preservativos. Os demais materiais serão abordados em postagens futuras.

O látex, de onde se extrai a borracha natural, é um polímero emulsificado. Tal composto é, principalmente, extraído de  árvores do gênero Hevea brasiliensis (seringueira). É o exsudato citoplasmático de células laticíferas, ou produtoras de látex, obtido pela lesão do tecido vegetal. A unidade funcional do látex é o polímero de cis -1,4- poliisopreno, esquematizado na figura abaixo:



O látex é praticamente neutro, com pH 7,0 a 7,2, mas quando exposto ao ar por um período de 12 a 24 horas, o pH cai para 5,0 e sofre coagulação espontânea, formando o polímero que é a borracha , representada por (C5H8)n , onde n é da ordem de 10 000 e apresenta massa molecular média de 600 000 a 950 000 g/mol.

A borracha natural apresenta grande elasticidade, flexibilidade e resiliência. Essas características oferecem aos preservativos a possibilidade da fabricação de um único tamanho para uma variada gama de usuários e a grande resistência à tração, que dificulta os rompimentos Entretanto, somente com o processo denominado vulcanização, que aprimora essas características, pode-se a confeccionar as atuais camisinhas, ultra-finas e ultra-elásticas.

Em 1839 Charles Goodyear descobriu o processo de vulcanização da borracha. O processo consiste na adição de enxofre à borracha, e, posteriormente, seu aquecimento. Assim, ocorrerá quebra das ligações duplas e a formação de pontes de enxofre em seu lugar. Essas pontes formam as chamadas ligações cruzadas. As moléculas da borracha formam uma espécie de rede tridimensional, que reduz a mobilidade e o movimento. O artefato, então, adquire uma forma fixa, não mais moldável, mas ainda elástico e flexível. O material também não mais amolece quando exposta ao calor, e nem congela no frio( ou seja, a borracha, passa de termoplástica para termorrígida).




Para transformar o látex vulcanizado nas camisinhas que conhecemos, uma série de processos envolvem sua fabricação, além de vários testes serem realizados. Esse processo é regulado pela ISO/DIS 29943-1.


FABRICAÇÃO DA CAMISINHA

Após o processo de vulcanização que é o mais importante para obter as camisinhas ultra elásticas e resistentes que conhecemos hoje em dia, a borracha vulcanizada agora ganhará forma passando pelas seguintes etapas até estar pronta para o uso:

1 - Moldes de vidro são imersos em um tanque cheio de látex vulcanizado para dar a forma as camisinhas. Depois disso uma sequencia alternada de estufa e imersão ajudam a reforçar a camada de látex.





2 - Em seguida a camisinha em estado bruto passa por escovas rotativas, formando assim a bainha do preservativo. Logo depois, outra estufa é utilizada para eliminar mais água do composto a fim de se obter a borracha consistente.

3 - Nessa etapa ocorre o processo de lixiviação do látex que busca remover compostos alérgenos do preservativo. Para isso as camisinhas são imersas em tanques com produtos químicos. Tanto substâncias originais do látex quanto produtos adicionados na vulcanização são descartados.

4 - Nesse passo, um jato de água retira os preservativos dos moldes e os lança em uma esteira. O molde será reutilizado após uma lavagem e a camisinha, para eliminar sua consistência grudante, é banhada com talco, sílica e amido de milho. Depois disso, é secada e enviada para os testes de qualidade.

5 - Um destes testes, é a aplicação de uma corrente elétrica para conferir a presença de furos nos preservativos, se houver passagem de carga elétrica, existem defeitos.



6 -Após o teste elétrico, os preservativos são enviados a uma esteira já enrolados, recebem lubrificante. Algumas amostras são enviadas para o teste de insuflação por ar e enchimento por líquido para garantir sua resistência e elasticidade.



QUESTÕES POLÊMICAS

O Vaticano argumenta que a camisinha não protegeria contra o vírus do HIV, pois, supostamente, até mesmo os espermatozoides passariam pela "rede" formada pelo látex. Além disso, ano após ano, um rumor sobre um suposto estudo científico que dizia que o preservativo masculino apresentava diversos poros - que permitiam a passagem dos vírus do HIV - ressurge. Entretanto, estes eram desdobramentos de uma carta enviada ao Washington Times, em 1992. Feito por Mike Roland, então editor da Rubber Chemistry and Technology, o estudo que embasou a carta foi feito, na verdade, com luvas de borracha. 

Estudos demonstraram a efetividade da barreira de látex das camisinhas através  de microscopia eletrônica de varredura, onde evidenciou-se que os mesmos não apresentavam porosidade, que  mesmo vírus de diversos tamanhos não passam através da membrana de preservativos intactos, mesmo quando o artefato é alongado e estressado. A barreira é suficiente para bloquear a passagem , por exemplo, do vírus do HIV (125 nm) e mesmo do vírus da hepatite B (40nm) - um espermatozóde, para comparação, possui cerca de 3000 nm. Assim, quando os preservativos masculinos são usados de forma consistente e correta, a redução do risco da infecção pelo HIV é da ordem de 80 a 95%.

E O PRESERVATIVO FEMININO?

O preservativo feminino também serve para se prevenir contra a aids, hepatites virais e outras doenças sexualmente transmissíveis. Assim como a opção masculina, também evita uma gravidez não desejada. Por ficar dentro do canal vaginal, a camisinha feminina não pode ser usada ao mesmo tempo em que a masculina. É feita de poliuretano, um material mais fino que o látex da camisinha que envolve o pênis. É, também, mais lubrificada.


POR QUE USAR O PRESERVATIVO?

A camisinha é o método mais eficaz para se prevenir contra muitas doenças sexualmente transmissíveis, como a aids, alguns tipos de hepatites e a sífilis, por exemplo. Além disso, evita uma gravidez não planejada. Por isso, use camisinha sempre!!!!

Mas o preservativo não deve ser uma opção somente para quem não se infectou com o HIV. Além de evitar a transmissão de outras doenças, que podem prejudicar ainda mais o sistema imunológico, previne contra a reinfecção pelo vírus causador da aids, o que pode agravar ainda mais a saúde da pessoa.

FONTES: 

Bó, Maria Cristina. Degradação de preservativos masculinos de borracha natural – análise de dados modelagem do processo e previsão do tempo de validade. 2007. Tese (Doutorado em Ciência e Tecnologia de Polímeros). Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano – IMA, 2007.

BRASIL, Ministério da Saúde de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e Aids. Manual de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis. Brasília: Ministério da Saúde, 2005.

CONSELHO REGIONAL DE QUÍMICA - IV REGIÃO. Borracha - química e tecnologia [Sítio eletrônico]. Disponível em: <http://www.crq4.org.br/quimicaviva_borrachas>. Acessado em 12/04/2015.

ONG, Eng Long, . Condom testing contributes to disease prevention. ISO Focus. June 2009. Disponível em: <http://www.iso.org/iso/isofocus_article_on_condoms.pdf>. Acessado em 12/04/2015.

PROJETO RISCO BIOLÓGICO. DIsponível em: ,http://www.riscobiologico.org/pagina_basica.asp?id_pagina=31>. Acessado em 12/04/2015.

MUNDO ESTRANHO Canais. Como é feita a camisinha? . Disponível em : <http://mundoestranho.abril.com.br/materia/como-e-feita-a-camisinha> . Acessado em 13/04/2015.

UOL Notícias. Vaticano diz que camisinha não protege contra Aids. Disponível em : <http://noticias.uol.com.br/inter/reuters/2003/10/09/ult27u38684.jhtm>. Acessado em 12/04/2015.

BRASIL, Ministério da Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Portal sobre aids, doenças sexualmente transmissíveis e hepatites virais. Disponível em: <http://www.aids.gov.br>

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segunda-feira, 6 de abril de 2015

Introdução : Conhecendo as doenças sexualmente transmissíveis e a relação com a bioquímica



Aspectos gerias sobre as Doenças sexualmente transmissíveis (DSTs)

     As doenças sexualmente transmissíveis são patologias de causas múltiplas, que têm em comum a transmissão sexual. Possuem grande disseminação e podem causar danos graves à saúde, tais como distúrbios emocionais, doença inflamatória pélvica (DIP), infertilidade a quadros infecciosos dramáticos, lesões fetais e câncer.

 Explosão de casos


     Após a 2ª guerra houve grande aumento na incidência das DSTs clássicas e surgiram outras doenças com uma característica em comum: a transmissão sexual. Entretanto, como nem todas eram transmitidas apenas por contato sexual, em 1982, estabeleceu-se a seguinte classificação:

                Doenças essencialmente transmitidas por                                            contágio sexual:

  • Sífilis ou Lues
  • Gonorréia ou uretrite gonocócica (blenorragia)
  • Cancro mole
  • Linfogranuloma venéreo
  • Doenças freqüentemente transmitidas por contágio sexual:
  • Donovanose
  • Clamidíase
  • Herpes Genital
  • Condiloma acuminado
  • Hepatite B
  • Hepatite A
  • Fitiríase (pediculose pubiana ou, “chato”)
  • Candidíase


                     Doenças eventualmente transmitidas por contágio sexual:

  • Molusco contagioso
  • Pediculose e Escabiose
  • Shigelose e Amebíase
Causas


     As DST podem ser causadas por vírus, bactérias, protozoários.

     Os vírus são responsáveis por DST como: condiloma, herpes genital, hepatite A e B, infecção pelo HTLV1 e HIV. As bactérias causam a gonorréia, clamidíase, cancro mole e sífilis.

Formas de Transmissão

     As DST são transmitidas por relações sexuais (anais, vaginais e orais) sem uso de preservativo, ou seja, relações desprotegidas. Sua transmissão é possível desde o momento da infecção e, conforme o caso, até depois que nenhum sintoma/sinal seja percebido.


Sinais e Sintomas
  • Secreções purulentas no pênis, ânus ou vagina;
  • Sensação de ardência ou dor ao urinar;
  •  Bolhas, verrugas ou ulcerações nos genitais;
  •  Dor na região pélvica ou abdominal
  •  Dor durante a relação sexual;
  • Presença de lesões bolhosas ou ulceradas na mucosa oral;
  • Presença de adenopatia regional (gânglio linfático enfartado ou linfonodo aumentado, normalmente na região da virilha).     
A bioquímica nessa história

      Entender as interações bioquímicas entre os agentes causadores das doenças sexualmente transmissíveis e o homem é o primeiro passo na busca de mecanismos para prevenir essas doenças. As vacinas utilizadas atualmente cumprem essa expectativa, pois conseguimos reunir nossos conhecimentos químicos, como a especificidade de antígeno e anticorpos devido as interações moleculares, com o conhecimento biológico, entendo que existe uma membrana celular o qual possui proteínas importantes para a identificação. Assim, a bioquímica voltada para a prevenção de dsts explica como o corpo trabalha como um sistema químico, explica o mal funcionamento do corpo na doença e orienta como as terapias devem ser planejadas para restaurar as funções corporais.

     O universo de métodos e técnicas  empregados na prevenção das DSTs é amplo e possibilitará postagens interessantíssimas a respeito. Mãos à obra!




REFERÊNCIAS
Faac Unesp
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