domingo, 21 de junho de 2015

Espermicidas: prevenção contra o vírus do herpes simples(HSV) e o vírus da imunodeficiência humana(HIV).

Olá a todos, hoje encerramos a nossa última postagem do semestre falando um pouco sobre um método pouco divulgado na mídia para prevenir algumas DSTs.

   
 ESPERMICIDAS NA PREVENÇÃO DE DSTs.

Todos sabemos que os espermicidas são utilizados para aniquilar os espermatozóides, durante uma relação sexual e ,assim, evitar uma gravidez indesejada. Mas, afinal, o que tem haver o espermicida na prevenção de DSTs? 
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Os espermicidas são constituídos basicamente de nonoxinol, essa substância atua rompendo a membrana plasmática dos espermatozóides e também diminuindo a sua mobilidade. 
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Além disso, o nonoxinol-9 pode inativar o vírus da herpes simples(HSV) e o vírus da imunodeficiência humana(HIV) por meio do rompimento da membrana  do envelope viral, prevenindo a aquisição desses vírus por via sexual.

Entretanto, o uso do preservativo é ainda  a forma mais eficaz de se prevenir DSTs. O seu uso combinado com os espermicidas, constituídos de nonoxinol, aumentam, consideravelmente, as chances de prevenir  inúmeras DSTs.

Obrigado pela atenção e até o próximo semestre.


REFERÊNCIAS:

MURRAY, Patrick R; ROSENTHAL, Ken S; PFALLER, Michael A. Microbiologia médica. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011, 948 p.



domingo, 7 de junho de 2015

Tricomoníase


O que é ?
   A tricomoníase, também chamada de uretrite, vaginite por Trichomonas, uretrite não gonocócica ou UNG é uma doença causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis.

PROTOZOÁRIO TRICHOMONAS VAGINALIS
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Como ocorre o contágio?
   A principal forma de propagação do protozoário é através de secreções durante o contato sexual.
SECREÇÃO SEXUAL
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Quais os sintomas ?
     A maioria das pessoas acometidas não tem manifestações sintomáticas e, por isso, muitas vezes a infecção só é descoberta ao se fazer exames preventivos. O período de incubação varia entre duas e três semanas e pode ser ser assintomática no homem e na mulher. Quando os sintomas aparecem, incluem dor ao urinar ou ao ter relações sexuais, ardor e coceira na região genital. Além disso, mulheres podem ter corrimento amarelo-esverdeado e cheiro forte.

FONTE: SUS

A Tricomoníase pode favorecer o aparecimento de outras DST?
   Estudos demonstraram que o T. vaginalis favorece a transmissão do HIV, tanto pelas lesões e sangramento de mucosa que produz, como pela estimulação de reação inflamatória, atraindo para o local de infiltração leucócitos, inclusive linfócitos T CD4(células alvo do HIV) e macrófagos. Além disso, está associado a bebês de baixo peso e nascimentos prematuros em mulheres infectadas. Predispõe mulheres à Doença Inflamatória Pélvica, câncer de cévix uterino e infertilidade.

 Como tratar?
   O tratamento, que é específico e eficiente, pode ser realizado com os quimioterápicos nitroimidazólicos: metronidazol ou tinidazol. Como se trata de uma doença sexualmente transmissível, o tratamento deve ser feito pela mulher e seu parceiro sexual. 
Uma forma de prevenir a doença é usando camisinha masculina ou feminina nas relações sexuais. 

MEDICAMENTO METRONIZADOL
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Bioquímica: O que é e como age o metronidazol?

   O nome químico do Metronidazol é 2-metil-5-nitroimidazol-1-etanol. Sua fórmula molecular é C6H9N303 com peso molecular de 171,16.
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   Acredita-se que tal composto inibe a síntese de DNA e de RNA e que também inibem o metabolismo  da glicose e interferem na função mitocondrial. O metronidazol se liga a resíduos de guanina e citosina do parasita, causando a perda da estrutura helicoidal e a quebra dos filamentos de DNA.
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Referências

MACIEL, G.P., Tasca, T.T., Carli, G. A. Aspectos clínicos, patogênese e diagnóstico de Trichomonas vaginalis. J.Bras.Patol. Med. Lab, v.40, n.3, p.152 - 60, Junho 2004.

CDC. Trichomoniasis - Fact Sheet. disponível em: <http://www.cdc.gov/STD/Trichomonas/STDFact-Trichomoniasis.htm> Acesso em 07/06/2015

MURRAY, Patrick R. Microbiologia médica. 6. Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011, p. 791.


domingo, 31 de maio de 2015

Prevenção de DSTs e uso de álcool

O que tem a ver?



 Fonte: Google Images


A resposta para esse questionamento é: muita coisa! 

Discutimos até agora as duas formas de prevenção de eficácia comprovada de que dispomos até o momento: uso de preservativos e imunização mediante vacinação. Entretanto, só existem hoje algumas poucas DST's para as quais temos vacinas. E para todas elas, a forma mais eficiente de prevenção é o uso de preservativos em todas as relações sexuais. Isso ou a abstinência sexual, que é uma medida (convenhamos) pouco eficaz.

E é dentro do uso de preservativos, principalmente que temos um grande prejuízo causado pelo consumo de álcool.


Consumo de álcool aumenta o risco de DST's


Segundo estudo publicado na revista "The Lancet" e apresentado na 18ª Conferência Internacional Aids 2010, o consumo de bebidas alcoolicas seria o principal fator de risco para a prática do sexo sem proteção. Nesse estudo foram entrevistadas pessoas com idades entre 15 e 64 anos. Cerca de 24 % desses já praticaram relações sexuais sem o uso de preservativo sob o efeito de álcool. 

Na ocasião, o então diretor adjunto do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Eduardo Barbosa, afirmou que  "o álcool aumenta a vulnerabilidade, principalmente entre os jovens. A pessoa sob efeito de bebidas alcoólica ou drogas têm uma diminuição da consciência e acaba sendo levada pela emoção, pelo momento.".


Fonte: Google Images

Outras pesquisas mostram que o consumo dessa droga lícita é frequentemente associado a trocas frequentes de parceiros sexuais, assim como o maior número desses, sexo por dinheiro, prática de sexo em grupo, além de sexo sem preservativo (anal, oral e/ou vaginal) seja com parceiros fixos u casuais, bem como sexo não-desejado (hoje caracterizado como estupro pela nossa legislação). Todos esses comportamentos elevam o risco de contrair DST/Aids, fazendo com que pessoas que consumam bebidas alcóolicas tenham até o dobro de chance de contraí-las do que pessoas que nunca consumiram essa substância.

Vale salientar ainda que, embora não hava diferença da atuação do álcool no organismo de indivíduos infectados ou não pelo HIV - nem no desenvolvimento da Aids - estes apresentam duas complicações A primeira é o aumento do potencial de transmissão da infecção pela mudança comportamental anteriormente comentada. A outra é a interação que o álcool apresenta com os medicamentos antirretrovirais, que aumenta os níveis séricos e a toxicidade dos mesmos.

Associação do uso nocivo do álcool com e infecção com HIV

Fonte: (MALBERGIER; CARDOSO, 2009)

A Organização Mundial da Saúde (OMS) ratifica a informação de que o uso de álcool aumenta a frequencia e chance de comportamentos que aumentam o risco de contrair DST e/ou infectar-se com o HIV. 

Dados Epidemiológicos


Segundo dados da OMS, a incidência das DST somada é de cerca de 1 milhão de pessoas por dia. Estima-se ainda que a prevalência é de cerca de 500 milhões de pessoas das quais 126 milhões estão nas Américas (e desses, 1,6 milhão é portador de HIV).

O consumo de álcool (puro, para cálculo mais preciso) por pessoa no mundo foi estimado em 21,2 litros no caso de homens e 8,9 litros para as mulheres. Associado à cultura predominantemente machista em todo o mundo, que determina a escolha do uso do preservativo pelo homem, podemos facilmente deduzir a conjunção desses fatores de risco na transmissão e na contaminação com DST. 

No Brasil, em torno de 90% das contaminações por HIV são por contato sexual. Cerca de 95% dos brasileiros com mais de 18 anos de idade praticam alguma atividade sexual. Entre estes, cerca de 29% das mulheres e 37% dos homens afirmam usar preservativo em todos os atos sexuais. Todavia, na população sexualmente ativa, 33,9% das mulheres e 54% dos homens também fazem uso regular de bebidas alcoólicas.

Fonte: Google Images


Bioquímica e toxicocinética do álcool


O álcool consumido nas bebidas comercializadas é o etanol, também conhecido como álcool etílico (ou na linguagem cotidiana, simplesmente álcool). Sua fórmula molecular é CH3CH2O

Fórmula estrutural e modelo de esfera e vareta do etanol
Fonte: WikiMedia Commons


O etanol é uma molécula de baixo peso molecular e é altamente hidrossolúvel. Uma vez ingerido, é rapidamente absorvido pelo estômago (cerca de 20% do total) e pelo intestino delgado (cerca de 80%). caso consumido em jejum, os níveis séricos atingem seu pico em 30 minutos.

O cérebro, devido ao grande fluxo sanguíneo na região, rapidamente é atingido pelo etanol - que atravessa com facilidade a barreira hematoencefálica. 90% desse álcool é metabolizado no fígado, enquanto o restante é eliminado pela urina ou pela respiração.


Um adulto saudável pode metabolizar entre 7 e 10 gramas de etanol por hora, que equivale a 300 ml de cerveja, 105 ml de vinho ou 30 ml de destilado de 40% de álcool, aproximadamente. Esse metabolismo acontece por duas vias principais.


A primeira delas envolve a família de enzimas chamada alcool-desidrogenases ( em inglês ADH, ou alcohol dehydrogenase), que convertem o etanol em acetaldeído (ou etanal, de fórmula química CH3CHO). Essas enzimas estão presentes principalmente em células do fígado, mas também podem ser encontradas no cérebro e no estômago.


Fórmula estrutural do acetaldeído 

Fonte: WikiMedia Commons

A outra via envolve o sistema microssômico de oxidação do etanol (do inglês MEOS, microssomal ethanol-oxidizing system), que é ativado no consumo crômico. Como essa via tem como parte integrante o citocromo 450, a depuração de outros fármacos e a produção de subprodutos tóxicos também é aumentada.


O aldeído, por sua vez, é oxidado no fígado pela ação da enzima aldeído-desidrogenase (do inglês, ALDH ou aldehyde dehydrogenase), que produz acetato, metabolizado posteriormente em CO2 e água.



E o que fazer para previnir as DST em relação ao risco provocado pelo álcool?


Uma vez que o padrão do consumo do etanol e o aumento do risco para infecção com DST/Aids ainda é discutido (como o impacto da quantidade e da frequência) é difícil estabelecer políticas  públicas precisas. Entretanto, sabemos que tanto o consumo nocivo de álcool quanto a epidemia de DST/Aids são problemas de saúde pública.

Campanhas socioeducativas tem sido realizadas pelo Ministério da Saúde para elevar a adesão ao uso de preservativos. Uma vez que tanto o consumo de álcool quanto a pratica de sexo sob seu efeito é mais prevalente nos homens que nas mulheres, estes devem ser os alvos prioritários dessas medidas.

Eduardo Barbosa falou ainda sobre a distribuição de preservativos em abientes onde o consumo de álcool é mais frequente e intenso. "Temos uma política de redução de danos. Distribuímos preservativo em bares e boates. Mas chega um momento em que a questão se torna mais individual e não temos como atuar", disse. Fez ainda um alerta: "As pessoas precisam entender que, mesmo em um ambiente de diversão, precisam estar conscientes de que o risco de vulnerabilidade com o álcool é grande, seja para o HIV ou para um acidente de carro".

Então fica o alerta para o consumo responsável de álcool, bem como para evitar as práticas de risco que este estimula.


Por essa semana isso é tudo. Esperamos que mais essa postagem sobre formas diversas de previnir DST/Aids tenha sido proveitosa!

FONTES:

BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de DST, AIDS e Hepatites Virais. Álcool dificulta a prevenção da Aids [sítio eletrônico]. Disponível em: <http://www.aids.gov.br/noticia/alcool-dificulta-prevencao-da-aids>. Acessado em 31/05/2015.

CARDOSO, Luciana Roberta Donola; MALBERGIER, André; FIGUEIREDO, Tathiana Fernandes Biscuola. O consumo de álcool como fator de risco para a transmissão das DSTs/HIV/Aids. Rev. psiquiatr. clín.,  São Paulo ,  v. 35, supl. 1, p. 70-75,   2008 .   Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-60832008000700015&lng=en&nrm=iso>. Acessado em 31/05/2015.

FERREIRA, Vanja Maria Bessa. Álcool, Drogas Ilícitas e Antirretrovirais. Ministério da Saúde. Disponível em: <http://www.aids.gov.br/sites/default/files/Alcool_e_drogas_ilicitas_2004.pdf>. Acessado em 31/05/2015.

HALL, John E. Tratado de Fisiologia Médica. 12ª edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

KATZUNG, Bertram G.; MASTERS, Susan B.; TREVOR, Anthony J. Farmacologia básica e clínica. 12ª edição. Porto Alegre: AMGH, 2012.

MALBERGIER, André; CARDOSO, Luciana Roberta Donola. Problemas específicos: álcool e HIV/AIDS. In: ANDRADE, AG; ANTHONY, JC; SILVEIRA, CM. Álcool e suas consequências: uma abordagem multiconceitual. Barueri, SP: Minha Editora, 2009. P. 123-138. Disponível em: <http://www.cisa.org.br/UserFiles/File/alcoolesuasconsequencias-pt-cap6.pdf>. Acessado em 31/05/2015.

WORLD HEALTH ORGANIZATION (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE). Tabela de Fatos - Álcool [sítio eletrônico]. Disponível em: <http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs349/en/>. Acessado em 31/05/2015.

WORLD HEALTH ORGANIZATION (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE). Tabela de Fatos - Doenças Sexualmente Transmissíveis [sítio eletrônico]. Disponível em: <http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs110/en/>. Acessado em 31/05/2015.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Os perigos da hepatite B : vacinação é uma das saídas

Conhecendo a Hepatite B


Fonte: Google Imagens
          
          A hepatite B é uma doença causada pelo vírus B(HBV). É uma patologia infecciosa com preferência pelas células hepáticas, os hepatócitos, ou seja hepatite é a inflamação do fígado e devido a importância desse órgão para a homeostase do organismo e haver a possibilidade da transmissão por via sexual, ela se tornou uma doença de grande importância para a saúde pública. 

              Entre as causas de transmissão estão:

  • por relações sexuais sem camisinha com uma pessoa infectada,

  • transmissão vertical( mãe para filho durante a gravidez, parto ou amamentação),


  • ao compartilhar material para uso de drogas (seringas, agulhas, cachimbos), de higiene pessoal (lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam) ou de confecção de tatuagem e colocação de piercings,

  • por transfusão de sangue contaminado.

Como saber se estou infectado?

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          A maioria dos casos de hepatite B são assintomáticos. Mas, os mais frequentes são cansaço, tontura, nauseas/vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. Esses sinais costumam aparecer de um a seis meses após a infecção.

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            O diagnóstico da hepatite B é feito por meio de exame de sangue específico. Após o resultado positivo, o médico indicará o tratamento adequado. Além dos medicamentos (quando necessários), indica-se corte no consumo de bebidas alcoólicas pelo período mínimo de seis meses e remédios para aliviar sintomas como vômito e febre.

Tanto tempo, como assim?

            Exato, leitor. A hepatite B apresenta forma aguda e crônica. A aguda é quando a infecção tem curta duração. Já a crônica, é quando a doença dura mais de seis meses. O risco de a doença tornar-se crônica depende da idade na qual ocorre a infecção. As crianças são as mais afetadas. Naquelas com menos de um ano, esse risco chega a 90%; entre 1 e 5 anos, varia entre 20% e 50%. Em adultos, o índice cai para 5% a 10%. Os riscos da hepatite crônico remetem a predisposição a uma cirrose hepática, patologia na qual os tecidos hepáticos são substituídos por tecidos fibróticos comprometendo a função hepática, e o possível desenvolvimento de um tumor, carcinoma, um câncer de fígado.

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Então hepatite pode matar, como faço para me prevenir?

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             Evitar a doença é muito fácil, o uso de camisinha em todas as relações sexuais e o não compartilhamento de objetos de uso pessoal, como lâminas de barbear e depilar, escovas de dente, material de manicure e pedicure, equipamentos para uso de drogas, confecção de tatuagem e colocação de piercings formam um leque de medidas práticas.Além disso, a vacina contra a hepatite B faz parte do calendário de vacinação da criança, do adolescente e do adulto e está disponível nas salas de vacina do Sistema Único de Saúde (SUS), que ampliou a oferta da vacina para a faixa etária de 30 a 49 anos. Além disso, todo recém-nascido deve receber a primeira dose logo após o nascimento, preferencialmente nas primeiras 12 horas de vida. Se a gestante tiver hepatite B, o recém-nascido deverá receber, além da vacina, a imunoglobulina contra a hepatite B, nas primeiras 12 horas de vida, para evitar a transmissão de mãe para filho. Caso não tenha sido possível iniciar o esquema vacinal na unidade neonatal, recomenda-se a vacinação na primeira visita à unidade pública de saúde. É necessário :

  • ter até 49 anos, 11 meses e 29 dias,

  • pertencer ao grupo de maior vulnerabilidade (independentemente da idade) - gestantes, trabalhadores da saúde, bombeiros, policiais, manicures, populações indígenas, doadores de sangue, gays, lésbicas, travestis e transexuais, profissionais do sexo, usuários de drogas, portadores de DST.
                   A imunização só é efetiva quando se toma as três doses, com intervalo de um mês entre a primeira e a segunda dose e de seis meses entre a primeira e a terceira dose.

Um olhar bioquímico sobre a vacina

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                A vacina hepatite B (recombinante) é constituída de partículas não infecciosas de antígeno de superfície da Hepatite B (HBsAg), ou seja as proteínas presentes na região mais superficial do vírus, altamente purificadas, produzida por DNA recombinante em células de levedura (Saccharomyces cerevisiae), adsorvidas em sais de alumínio como adjuvante e contém timerosal, um derivado de mercúrio, como conservante. 
          HbsAg, é o primeiro marcador da doença, detectável no soro antes do aparecimento dos sintomas, aparece em altos níveis na fase aguda da doença. Se a doença evoluir para cura, seus níveis diminuem em torno de 6 meses. Na forma crônica da doença, permanece por mais de seis meses.

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          Após o desaparecimento do Ag HBs, os anticorpos anti-HBs aparecem no soro, embora haja sempre um período de janela imunológica da infecção entre o desaparecimento do Ag HBs e o aparecimento dos anti-HBs (soroconversão).

Efeitos adversos?

            Os eventos adversos mais comuns são a dor no local da aplicação (3% a 29%) e febre baixa (1% a 6%); são mais freqüentes em adultos que em crianças nas primeiras doses e tendem a desaparecer em 24 a 48 horas.

            Raramente podem ocorrer reações alérgicas. A incidência de anafilaxia é de, aproximadamente, 1/600.000 aplicações.

        Uma revisão da literatura mundial sobre eventos adversos às vacinas recombinantes, desde a sua introdução, concluiu que o número de eventos adversos é muito pequeno comparado ao grande número de vacinados, correspondendo a um para 15.500 doses distribuídas. Os benefícios obtidos com a vacina superam em muito os raros riscos de eventos adversos.

FIQUE ESPERTO, COM HEPATITE B NÃO SE BRINCA!

REFERÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE DST - AIDS - HEPATITES VIRAIS. Governo Federal. Disponível em <http://www.aids.gov.br/pagina/hepatites> Acessado em 22/05/2015.

VACINAS. HEPATITE B. Disponível em <http://www.vacinas.org.br/vacinas05.htm>
Acessado em 22/05/2015.

SANOFIPASTEUR. Bula EUVAX B Monodose - Paciente. Disponível em <http://www.sanofipasteur.com.br/ckfinder/userfiles/files/Bula-Euvax-B-Monodose-Paciente.pdf> Acessado em 22/05/2015.

DRAUZIO VARELLA. Sexialidade. Hepatite B. Disponível em <http://drauziovarella.com.br/sexualidade/hepatite-b/> Acessado em 22/05/2015.

ARTIGO DE REVISÃO ISSN 1677-5090 2010.Revista de Ciências Médicas e Biológicas. Aspectos gerais da hepatite B. Disponível em <http://www.portalseer.ufba.br/index.php/cmbio/article/viewFile/5899/4251> Acessado em 22/05/2015.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA.Revista da Associação Médica Brasileira.Vacina contra hepatite B. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302006000500009>
Acessado em 22/05/2015.

























terça-feira, 12 de maio de 2015

A dádiva da imunidade : vacina contra HPV

Afinal de contas, o que é HPV?

    Em 2014, o Sistema Único de Saúde (SUS) lançou uma campanha nacional para imunizar meninas de 11 a 13 anos contra o HPV. O que você pode estar se perguntando ao ter conhecimento que o governo lançou uma campanha a nível nacional para combater o essa "sigla" desconhecida, é justamente do que se trata e dos riscos que esse microrganismo, o papiloma vírus humano, pode causar à saúde pública. Na verdade o HPV (papilomavírus humano), nome genérico de um grupo de vírus que engloba mais de 100 tipos diferentes, é a doença sexualmente transmissíveis mais comum no mundo. Estima-se que cerca de 50% da população adulta sexualmente ativa terá contato com o vírus podendo ou não desenvolver sintomas.


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Como ocorre o contágio? E quais são os sintomas?

       
          A transmissão ocorre principalmente por via sexual, mas existe a possibilidade de transmissão vertical (mãe/feto) e por inoculação. A infecção causada pelo HPV pode ser assintomática ou provocar o aparecimento de verrugas com aspecto de couve-flor na pele e nas mucosas, como a boca. As alterações genitais, quando discretas, são diagnosticadas apenas com exames específicos. Entretanto, em casos mais graves de proliferação das lesões, o vírus pode perder o controle natural do processo de multiplicação, e nesses casos que o HPV se torna um sério problema de saúde pública.


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Como assim, "sério problema de saúde pública"?


      Uma vez perdido o controle natural de multiplicação, o vírus passa a se proliferar rapidamente provocando evoluindo de lesões benignas para lesões malignas, o câncer, e pode atingir áreas como o colo do útero e o pênis.

         "Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), sem considerar o câncer de pele não-melanoma, o de colo do útero é o mais incidente na Região Norte (24 por 100 mil mulheres). No Centro-Oeste (28 por 100 mil) e no Nordeste (18 por 100 mil), ocupa a segunda posição. No Sudeste (15 por 100 mil), o terceiro lugar, e no Sul (14 por 100 mil), o quarto. Enquanto o Amazonas tinha, em 2008, uma taxa de mortalidade de 16,7 casos por 100 mil mulheres, São Paulo registrava 3,13. Os homens também são atingidos pelo HPV: até 40% dos casos de câncer de pênis são causados por esse vírus, cujo contato alcança 80% da população sexualmente ativa."(Globo.com)

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A saída é a prevenção!

              A inclusão do imunobiológico ao calendário do Sistema Único de Saúde (SUS) foi anunciada em julho de 2014. Na época, a previsão era de administrar a vacina em pré-adolescentes de 11 a 13 anos, com dose inicial, a segunda um mês depois e terceira seis meses após a inicial. Entretanto, estudos comprovaram uma melhor administração do tipo estendida, estratégia acatada pelo Governo.


           Foi a primeira vez que a população teve acesso gratuito a uma vacina que protege contra câncer. A meta era vacinar 80% do público-alvo, que na época somava 5,2 milhões de pessoas. O vírus HPV é responsável por 95% dos casos de câncer de colo do útero, apresentando a segunda maior taxa de incidência entre os cânceres que atingem as mulheres, atrás apenas do de mama.


           A vacina, foi disponibilizada em março de 2014 (1ª dose), é a quadrivalente, usada na prevenção contra quatro tipos de HPV (6, 11, 16 e 18). Dois deles (16 e 18) respondem por 70% dos casos de câncer. O imunobiológico para prevenção da doença é seguro e tem eficácia comprovada para proteger mulheres que ainda não iniciaram a vida sexual e, por isso, não tiveram nenhum contato com o vírus.


           As três doses serão aplicadas nas pré-adolescentes com autorização dos pais ou responsáveis. A estratégia de imunização será mista, ocorrendo tanto nas unidades de saúde quanto nas escolas públicas e privadas. A incorporação da vacina complementa as demais ações preventivas do câncer de colo do útero, como a realização rotineira do exame preventivo (Papanicolau) e o uso de camisinha em todas as relações sexuais. Em 2015, a faixa etária de vacinação foi ampliada para os 9 a 13 anos.

         A inclusão da vacina no SUS foi possível graças ao acordo de parceria para o desenvolvimento produtivo (PDP), com transferência de tecnologia entre o laboratório internacional Merck Sharp & Dohme (MSD) e o Instituto Butantan, que passará a fabricar o produto no Brasil. A economia estimada na compra da vacina durante o período de transferência de tecnologia é de R$ 154 milhões. Além disso, a produção do imunobiológico contará com investimento de R$ 300 milhões para a construção de uma fábrica de alta tecnologia pelo Instituto Butantan, baseada em engenharia genética.

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A bioquímica da vacina


         As vacinas desenvolvidas contra o HPV foram preparadas seguindo rigorosos critérios para evitar efeitos colaterais, haja vista a faixa etária com que ela é utilizada, sendo elas do tipo bivalente(tipo 16 e tipo 18 do vírus) e quadrivalente(tipos 6, 11, 16 e 18 do vírus).

         Inicialmente, estudos evidenciaram a parte genética do HPV, o DNA do HPV, com isso os pesquisadores descobriram um local específico do DNA do vírus que é responsável pela produção das cápsula do HPV, ou seja o envoltório formado por proteínas que envolve e protege o código genético do vírus que permite as infecções. Depois disso os cientistas, utilizando o fungo Sacaromices Cerevisiae, a levedura da cerveja, e células de insetos para produzir uma capsula sintética semelhante a do HPV.

         A vacina utilizada na prevenção do HPV é uma vacina recombinante não infecciosa, preparada a partir de partículas tipo vírus (VLPs) altamente purificadas da principal proteína L1( da cápside dos tipos de HPV oncogénicos,16 e 18). Uma vez que as VLPs não contêm DNA viral não podem infectar as células, reproduzir-se ou provocar doença.


     Estudos em animais demonstraram que a eficácia das vacinas VLP L1. Elas são capazes de induzir a formação de anticorpos neutralizantes sistêmicos e de mucosa, além de induzir imunidade celular em animais imunizados, ou seja auxiliam na produção de defesa a curto e a logo prazo por meio de memória imunológica para futuros contatos com os agentes infecciosos. 

      Resumindo...
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Fonte: Google Imagens


Os temidos efeitos colaterais...existem mesmo?

          "Segundo a dra. Vivian Iida Avelino-Silva, médica infectologista do Hospital Sírio-Libanês,“ao analisarmos com cuidado os efeitos adversos relatados, constatamos que nenhum pôde ser atribuído à vacina contra o HPV. Ou seja, trata-se de uma associação ao acaso, uma coincidência que sempre acontece quando um grande número de pessoas recebe uma vacina nova em um curto período de tempo."(Drauzio Varella - Website)
         “Não há até o momento nenhum estudo que tenha associado de maneira inequívoca a vacina de HPV a algum evento adverso grave. Como todo e qualquer produto imunobiológico (vacinas, medicamentos, etc.), é claro que  eventualmente pode-se observar efeitos adversos. Após esses anos todos de uso da vacina, os dados de segurança obtidos pelos sistemas de vigilância dos países que a introduziram nos seus programas mostram que a vacina contra HPV é segura, com a ocorrência de eventos adversos, na sua maioria leves, como dor no local da aplicação, inchaço e eritema. Em raros casos, ela pode ocasionar dor de cabeça, febre de 38ºC ou síncope (desmaios)”, afirma o pediatra dr. Marco Sáfadi."(Drauzio Varella - Website)
      Como podemos perceber especialista da area asseguram uma vacinação sem grandes riscos a saúde, depende a cada um fazer a sua parte e evitar que esse mal provoque mais danos a nossa população. Vamos nos vacinar, vamos nos proteger!!!

Para mais informações sobre a vacinação contra o HPV, visite:

REFERÊNCIAS:

HPV Online. Sobre. Vacinae e Prevencao do HPV. Disponível em <http://www.hpvonline.com.br/sobre-hpv/vacina-prevencao/hpv-e-vacina/> Acessado em 12/05/2015.

Drauzio Varella. Mulher. Segurança da vacina contra o HPV. Disponível em <http://drauziovarella.com.br/mulher-2/a-seguranca-da-vacina-contra-hpv/> Acessado em 12/05/2015.

Expressão da Proteína L1 do Capsídio de HPV-16 em Leveduras Metilotróficas. Prêmio de Incentivo em Ciência e Tecnologia para o SUS - 2008.

Ministério da Saúde. HPV. Disponível em <http://portalarquivos.saude.gov.br/campanhas/hpv/> Acessado em 12/05/015.

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