segunda-feira, 27 de abril de 2015

Preservativo feminino: outro mecanismo de barreira

Mulheres, VISTAM-SE também!


Já falamos, nos últimos dois posts, dos preservativos masculinos.  Vimos que são meios comprovadamente eficazes de contracepção e de prevenção de DSTs. Nesse post falaremos sobre outra opção e suas peculiaridades: o preservativo feminino.

Fonte: Portal Vivendo a Adolescência.

Cabe salientar que, historicamente, as medidas de contracepção centraram-se no corpo a mulher, que se sujeitava aos mais diversos métodos, mesmo colocando sua saúde em risco. Sendo a camisinha um método de dupla função (contraceptiva e de prevenção de DSTs/AIDS), deve-se também ter em vista as relações assimétricas de gênero e de nível socioeconômico que se estabelecem em cada sociedade, pois interferem diretamente na capacidade e possibilidade da mulher negociar com o parceiro o uso do método escolhido.

Popularmente chamada de camisinha feminina, teve seu protótipo desenvolvido em meados dos anos 1980. Sob a corrdenação de Lasse Hessel, equipe dinamarquesa acreditava que, por ser uma método cuja colocação fica sob controle das mulheres, eliminaria ou, pelo menos, facilitaria a negociação com os parceiros. Em 1993 teve sua comercialização liberada nos Estados Unidos pela Food and Drug Administration (FDA). No Brasil, obteve licença para ser comercializado em dezembro de 1997. Após  estudo realizado em seis cidades do país entre 2.382 mulheres, a viabilidade da adoção do preservativo feminino pelos participanteslevou à decisão de sua dispensação o Programa Nacional de DST/Aids.

E como é a camisinha feminina?


Pode ser feita de borracha nitrílica ou poliuretano. E mais resistente e menos espessa que a versão masculina. Também é inodora e hipoalergênica. Tem também como vantagem o fato de poder ser utilizada durante a menstruação; cobrir uma área maior, protegendo ainda mais a mulher; e a possibilidade de ser introduzida até oito horas antes da relação sexual.

Fonte: World Health Organization/David Alexander/Photoshare.

Quanto ao tamanho, é maior que o da camisinha masculina, tendo 15 centímetros de comprimento e 8 de diâmetro. Tem formato cilíndrico, com anéis flexíveis nas extremidades. Uma delas é fechada, e deve ser introduzida na vagina, próxima ao colo do útero. A outra fica fora da vagina, e oferece cobertura também para os grandes lábios. Em geral, é muito lubrificada, não fornece desconforto - desde que seja manuseada corretamente.

Como colocar a camisinha feminina
Fonte: youtube.com

A dificuldade inicial para colocação da camisinha feminina, sua não aderência à genitália feminina (diferente da masculina, que adere ao pênis), sua aparência estética e seu preço (em torno de R$ 8,00) figuram entre as principais desvantagens relatadas.

A produção de preservativos femininos é regulamentada pela International Organization for Standardization (ISO), pelo padrão ISO/DIS 25841.2 Preservativos Femininos – Requerimentos e métodos de testes.

Poliuretano já sabemos o que, mas e borracha nitrílica?


Borracha nitrílica (NBR), buna N ou borracha de butadieno acrilonitrilo é um polímero composto de butadieno e acrilonitrilo (ACN). Devido à sua elevada polaridade, tem excelente resistência a óleo e solventes(que depende exclusivamente do teor de ACN, baixa permeabilidade a gases, resistência à abrasão e degradação em temperaturas muito elevadas.

Estrutura do Butadieno.
 Fonte: Wikimedia Commons.

Estrutura do acrilonitrilo.
Fonte: Wikimedia Commons.

Reação de polimerização do butadieno e do acrilonitrilo.
Fonte: Portal Rubberpedia.

As características físico-químicas e mecânicas desse elastômero dependem dos produtos usados na sua formulação. como agentes de vulcanização, sistemas de proteção (antioxidantes), agentes de processamento e cargas reforçantes, bem como do seu processamento. A vulcanização da borracha nitrílica é realizada por meio dos mesmos sistemas usados para vulcanizar as demais borrachas diênicas. 

Por hoje é só. Aguardem mais uma postagem sobre a bioquímica na prevenção de DSTs/AIDS na próxima semana!

REFERÊNCIAS


ARAGUAIA, Mariana. Portal Brasil Escola. Disponível em: <http://www.brasilescola.com/biologia/camisinha-feminina.htm>. Acessado em 26/04/2015.
BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais [sítio eletrônico]. Disponível em: <http://www.aids.gov.br/pagina/camisinha-feminina>. Acessado em 26/04/2015.

International Organization for Standardization (ISO). Sítio eletrônico. Disponivel em: <http://www.iso.org/iso/home.html>. Acessado em 26/04/2015.
KALCKMANN, Suzana. Preservativo feminino e dupla proteção: desafios para os serviços especializados de atenção às DSTs e Aids. Temas psicol.,  Ribeirão Preto ,  v. 21, n. 3, dez.  2013 .   Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-389X2013000300020&lng=pt&nrm=iso>. Acessado em  26/04/2015. 

MATOS, Margarida Santos; FURTADO, Paulo. Qual a diferença entre a camisinha masculina e a feminina?. Portal iSaúdeBahia. Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Disponível em: <http://www.isaudebahia.com.br/noticias/detalhe/noticia/qual-a-diferenca-entre-a-camisinha-masculina-e-a-camisinha-feminina/>. Acessado em 26/04/2015.

Meyer, A. L.; SOUZA, Gabriel P. de; OLIVEIRA, Suely M. de; TOMCZAK, Fábio; WASILKOSKI, Cleuza; e PINTO, Carlos Eduardo da S. Propriedades termo-mecânicas de NBR após ensaio de compatibilidade - ASTM D 3455. Polímeros: Ciência e Tecnologia, vol. 16, n° 3, p. 230-234, 2006. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/po/v16n3/09.pdf >. Acessado em 26/04/2015.

OLIVEIRA, Iara T. D. de et al . Efeito de um novo acelerador de vulcanização nas propriedades reométricas de composições de borracha nitrílica com diferentes teores de AN. Polímeros,  São Carlos ,  v. 20, n. 5, p. 366-370,   2010 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-14282010000500008&lng=en&nrm=iso>. Acessado em  26/042015.

Portal Vivendo a Adolescência. Disponível em: <http://www.adolescencia.org.br/site-pt-br/camisinha-feminina> Acessado em 26/04/2015.

Portal Rubberpedia [sítio eletrônico]. Disponível em: <http://www.rubberpedia.com/borrachas/borracha-nitrilica.php>. Acessado em 26/04/2015.

PREUSSLER, Gisele Maria Inchauspe; MICHELETTI, Vania Celina Dezoti; PEDRO, Eva Neri Rubim. Preservativo feminino: uma possibilidade de autonomia para as mulheres HIV positivas. Rev. bras. enferm.,  Brasília ,  v. 56, n. 6, p. 699-701, Dec.  2003 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672003000600023&lng=en&nrm=iso>. Acessado em  26/04/2015. 

WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Portal eletrônico. Tópicos em Saúde: Saúde Sexual e Reprodutiva - Preservativo Feminino [sítio eletrônico]. Disponível em: <http://www.who.int/reproductivehealth/topics/rtis/female_condom/en/>. Acessado em 26/04/2015.




7 comentários:

  1. GRUPO L

    Muito interessante o post! Vale salientar que pesquisa realizada pelo Núcleo de Estudos de População da Unicamp e pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e patrocinada pelo Ministério da Saúde, revelou que 70% das mulheres aprovaram o preservativo feminino. O estudo envolveu 2.453 mulheres usuárias do serviço público de saúde em seis cidades brasileiras: Porto Alegre, São Vicente (SP), Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Goiânia e Cabo (PE). O índice de uso foi de 92% durante os três meses em que durou o estudo. As mulheres tinham em média 30 anos, vida sexual ativa, parceria fixa, entre um e dois filhos e 60% se consideravam pobres. As maiores taxas de aceitação foram nas cidades onde existe boa infra-estrutura nos serviços públicos de saúde voltados para a mulher. As dificuldades no manuseio do método foram superadas com a continuidade do uso, o que aponta para a importância do apoio educativo e do acompanhamento das mulheres, especialmente no período inicial de uso. A maior aceitação foi em Porto Alegre (80%), seguida pela cidade do Cabo (76%), Rio de Janeiro (71%), Belo Horizonte (68%), Goiânia (65%) e São Vicente (54%).

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  2. Muito bem explicado como deve ocorrer o uso do preservativo feminino. Porém, muitos profissionais da saúde apresentam deficit de conhecimento sobre esse preservativo, o que impede orientações sobre o método para os pacientes, como preconiza o Ministério da Saúde. Muitos desses, trabalham em Unidades Básicas de Saúde e precisam atuar na prevenção, mas a falta de informação técnica permite uma promoção do método inadequada ou ela é inexistente. Além de conhecimento, o profissional da saúde precisa estabelecer um vínculo de confiança com a paciente para que a mulher possa realizar o autocuidado voltado para a saúde sexual e reprodutiva, formando um pensamento crítico sobre os valores sociais, culturais e de gênero. Isso a fará pensar por conta própria e tomar suas decisões, sem ser forçada pelo parceiro e usar o preservativo de forma correta, evitando uma gravidez indesejada e transmissão de DTSs.

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  3. Grupo J
    Postagem Esclarecedora!
    O preservativo feminino também serve para se prevenir contra a aids, hepatites virais e outras doenças sexualmente transmissíveis. Assim como a opção masculina, também evita uma gravidez não desejada. Por ficar dentro do canal vaginal, a camisinha feminina não pode ser usada ao mesmo tempo em que a masculina. É feita de poliuretano, um material mais fino que o látex da camisinha que envolve o pênis. É, também, mais lubrificada.
    A camisinha feminina é como se fosse uma “bolsa” de 15 centímetros de comprimento e oito de diâmetro e possui dois anéis flexíveis. Um é móvel e fica na extremidade fechada, servindo de guia para a colocação da camisinha no fundo da vagina. O segundo, na outra ponta, é aberto e cobre a vulva (parte externa da vagina).
    Cuidados com o preservativo
    Para não estourar, a camisinha merece cuidados especiais:
    armazenar afastado do calor, observando-se a integridade da embalagem e prazo de validade;
    não usar com o preservativo masculino;
    ao contrário do preservativo masculino, o feminino pode ser colocado até oito horas antes da relação e retirado com tranqüilidade após a relação, de preferência antes de a mulher levantar-se, para evitar que o esperma escorra do interior do preservativo;
    já vem lubrificado; no entanto, se for preciso, devem ser usados lubrificantes de base oleosa fina na parte interna;
    para colocá-lo corretamente, a mulher deve encontrar uma posição confortável (em pé com um dos pés em cima de uma cadeira, sentada com os joelhos afastados, agachada ou deitada).
    Uso correto
    O anel móvel deve ser apertado e introduzido na vagina. Com o dedo indicador ele deve ser empurrado o mais profundamente possível para alcançar o colo do útero; a argola fixa (externa) deve ficar aproximadamente 3 cm para fora da vagina; durante a penetração o pênis deve ser guiado para o centro do anel externo.
    Com o vaivém do pênis, é normal que a camisinha se movimente. Se o anel externo estiver sendo puxado para dentro, é necessário segurá-lo ou colocar mais lubrificante.
    Uma vez terminada a relação sexual, a camisinha deve ser retirada apertando o anel externo. É preciso torcer a extremidade externa da bolsa para garantir a manutenção do esperma no interior da camisinha. Depois, basta puxar o preservativo para fora delicadamente. E a cada nova relação deve-se usar um novo preservativo.
    REFERENCIAS:
    http://www.boasaude.com.br/artigos-de-saude/3250/-1/preservativo-feminino.html
    http://www.apf.pt/

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  4. Postagens como sempre muito enriquecedoras! A camisinha feminina não é tão divulgada quanto a masculina, mas muito já está se fazendo para tornar esse dado mais homogêneo. Um exemplo ocorreu em Belém, que teve como parte das comemorações da semana do Dia Internacional da Mulher desse ano, a realização de uma oficina chamada “Acesso, aceitabilidade e percepção do Preservativo Feminino”, como resposta ao crescimento do índice de Aids entre as mulheres e da mortalidade em decorrência dessa doença. Essa oficina foi uma forma de sensibilizar as usuárias para a necessidade do uso do preservativo feminino como mais uma estratégia de prevenção às doenças sexualmente transmissíveis e à gravidez indesejada. Um dado relevante: em 2014, a patologia que mais matou mulheres no Pará, foi a Aids! Essa oficina ocorreu nas Unidades Básicas de Saúde, voltadas principalmente para os próprios funcionários, pois, como dito no comentário do Grupo H, muitos ainda possuem pouco conhecimento acerca desse preservativo. A camisinha feminina ainda é desconhecida para muitas mulheres no Brasil, ela é mais cara que a masculina, mas o Ministério da Saúde, como política de redução de danos para a saúde da mulher, distribui o produto gratuitamente (:
    aguardando as próximas postagens!

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  5. Ótima postagem, principalmente pelo assunto escolhido. Como disseram no texto as ações de contracepção quase sempre tem como foco o corpo da mulher, mas pelo que pude perceber a camisinha feminina é um dos que não tem muita aceitação ou é pouco usado, acredito eu que seja pela falta de esclarecimento quanto ao uso, que como foi mostrado difere muito da camisinha masculina. Seu uso deve ser sempre estimulado pois esta é uma forma de empoderar as mulheres logo quem deve cuidar e decidir sobre seu corpo são elas, então se seu parceiro não quer usar camisinha ela deve usar. Acredito também que faltem ações públicas e de saúde que esclareçam essas dúvidas e que com certeza seriam muito bem vindas. Continuem postando coisas interessantes assim.

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  6. GRUPO A:

    Fala galera! Tudo show? Como foi muito bem abordado pelo grupo, o preservativo feminino também serve para se prevenir contra a aids, hepatites virais e outras doenças sexualmente transmissíveis. Assim como a opção masculina, também evita uma gravidez não desejada. Por ficar dentro do canal vaginal, a camisinha feminina não pode ser usada ao mesmo tempo em que a masculina. É feita de poliuretano, um material mais fino que o látex da camisinha que envolve o pênis. É, também, mais lubrificada.
    Para não estourar, a camisinha merece cuidados que devem ser reforçados mais uma vez:

    - Armazenar afastado do calor, observando-se a integridade da embalagem e prazo de validade;
    - Não usar com o preservativo masculino;
    - Ao contrário do preservativo masculino, o feminino pode ser colocado até oito horas antes da relação e retirado com tranqüilidade após a relação, de preferência antes de a mulher levantar-se, para evitar que o esperma escorra do interior do preservativo;
    - Já vem lubrificado; no entanto, se for preciso, devem ser usados lubrificantes de base oleosa fina na parte interna;
    - Para colocá-lo corretamente, a mulher deve encontrar uma posição confortável (em pé com um dos pés em cima de uma cadeira, sentada com os joelhos afastados, agachada ou deitada).
    Aguardamos mais postagens sobre o tema, uma boa semana a todos!

    Fontes: http://www.aids.gov.br/pagina/camisinha-feminina

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